Para celebrar o Dia dos Professores, entrevistamos nossos sócios Karin Klempp e Thiago Amaral sobre suas experiências como professores de Direito e como o trabalho docente contribuiu para sua atuação na advocacia.
Quais foram os motivos que levaram você a se tornar um professor?
Karin: Gostar de passar o conhecimento adiante, não mantê-lo para si. Desenvolver as pessoas e sua capacidade de crítica, de pensamento autônomo e de acreditar em si mesmas.
Thiago: Sempre admirei a profissão, mas nunca me imaginei professor, principalmente por conta da minha timidez em lidar com o público. A oportunidade surgiu da indicação de um grande amigo, que acabara de iniciar a atividade docente. Tudo aconteceu por acaso e de forma natural, pois não tinha me planejado (academicamente) para começar a lecionar.
Na sua opinião, qual é a melhor parte do trabalho de um docente?
Karin: A melhor parte é ver os alunos se desenvolverem. Alçar vôos cada vez mais altos.
Thiago: Com certeza é a interação com os alunos. É muito gratificante ensinar, mas é ainda melhor aprender com os alunos. A troca de experiências traz uma outra visão sobre as matérias que se está lecionando, principalmente em razão das discussões práticas e teóricas que ocorrem na sala de aula.
E quais são as principais dificuldades?
Karin: Em tempos pandêmicos certamente a distância física. O formato online tem suas limitações e não permite uma interação e afeição tão intensa. A aprendizagem de qualidade ocorre quando se desenvolve um vínculo de afeto e apreciação mútua entre professor e aluno.
Thiago: Conciliar o tempo entre o escritório e a vida acadêmica. O tempo já é escasso no escritório, e não é fácil despender tempo extra para a docência. Num dia normal, ter que sair mais cedo e pegar trânsito para chegar à faculdade é bem complicado, mas quando se está na sala de aula tudo muda: você entra num ambiente diferente e consegue esquecer dos problemas com os quais estava lidando minutos atrás.
Trabalhar como professor ajudou você a se tornar um advogado melhor? De que forma?
Karin: Certamente! O ditado que diz que quem leciona aprende duas vezes é válido – aliás – se aprende ao menos 3 vezes. Preparando o tema, dando a aula e com as perguntas e interação dos alunos. Desenvolve-se um tipo de raciocínio diferente, o de fazer-se entender, descomplicar um tema, e isto é muito útil como advogado. Além, é claro, do conhecimento interpessoal, entender as pessoas e o que as motiva, a sua forma de se relacionar com o mundo.
Thiago: Sem dúvida alguma. Além de ser obrigado a me atualizar constantemente – estudando diversos temas recentes e novos, que poderiam passar desapercebidos na minha atuação como advogado, a docência proporciona uma visão mais técnica e crítica, pois permite compreender o direito como ele realmente é, sem me preocupar em solucionar casos específicos.
Qual é o seu conselho para quem deseja se tornar um professor de Direito?
Karin: Uma boa formação com especializações e pós graduações é fundamental para lecionar em uma boa escola. Em seguida, vem o desenvolvimento da empatia, do colocar-se no lugar do aluno. Preparar a aula para o aluno, ele deve ser o seu foco.
Thiago: Certa vez ouvi de uma amiga, professora de longa data, que nunca tinha ido para uma aula despreparada, sem antes se aprofundar e se atualizar sobre os temas que iria discutir com os alunos. Desde então, percebi que docência é vocação, é uma função social. Meu conselho é se dedicar e se esforçar muito. É fundamental encarar a docência com entusiasmo, e nunca se deixar levar pela vaidade.